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segunda-feira, fevereiro 11, 2008

VOLTEI!

Olá camaradas! (Juro que já tinha saudades de dizer isto)

Abro aqui oficialmente a "second season" do meu blog! Vai ser em grande...

E pra começar, aproveito já para partilhar um momento de inspiração bastante recente, digam de vossa justiça!!!

Cá vai:

"Quanto dura a eternidade?"

"Nem sei porque morri... Nem como vim aqui parar...
Nunca imaginei que isto fosse assim, tão belo, tão pacífico, tão vasto e só p'ra mim.
Sim, isto é tudo p'ra mim. Não há aqui mais ninguém. Não digo que é belo por ver que é belo. Porque não sei se vejo. Acho que não vejo. Mas sinto. Sinto as tulipas brancas e bejes, sinto o monte coberto de relva verde e fresca que, ligeiramente, desce até ao riacho que sinto ao fundo.É de águas límpidas. Límpidas e frescas. Sinto que são frescas estas águas. Tão frescas que matam a sede que não tenho. Tão frescas que parecem criar-me sede...
Também há árvores. Muitas. E debaixo de cada uma estende-se uma acolhedora sombra, que me convida a disfrutar dela, deitando-me sobre a erva fresca e húmida. Algumas têm frutos. Os melhores frutos que alguma vez vi! Grandes e apetitosos.
Também há sol. Não sei se é O SOL, mas é um sol, disso tenho a certeza. Brilha com uma luz peculiar. É intenso mas suave. Ilumina todas estas maravilhas, de forma ténue. Mas é possivel olha-lo directamente. Não ofusca. Aquece. Não que aqueça o corpo que nem sei se tenho, mas sim o meu eu. Aquece-o da mesma forma que o copo de leite morno preparado pela mãe, aquece o filho frio, quando chega a casa molhado até aos ossos.
Os seus raios parecem pinceladas. Pinceladas de luz, por entre o verde das árvores.
Este sol não se põe. Não sai da mesma posição (que calculo ser a do meio dia, se é que isso interessa aqui...). Nem os passarinhos se cansam. Nem o seu canto cessa. Há um continuo e agradável chilrear. Como ao amanhecer, numa manhã de Primavera. Tal e qual. Mas aqui não sei se é Primavera. Nem sequer sei se há outras estações. Eu vou-lhe chamar Primavera.
Quero ver mais. Sinto que me desloco, mas sem andar. Não tenho corpo... Aposto que não tenho corpo. Mas não me apetece olhar para verificar. Eu sei que requer apenas um pequeno gesto do pescoço, mas parece que não sou capaz de o fazer e mesmo que o seja parece-me que tal gesto me irá deixar exausto. Não interessa.
Desloco-me. Mas é tudo sempre igual. Mais flores, mais árvores, mais erva verde, mais passarinhos e mais riachos. E o mesmo sol. Sempre o mesmo sol. Perfeito demais. Não só o sol, mas tudo. Tão perfeito que começa a assustar-me.
Se calhar nem consigo falar. Mas p'ra quê falar, se estou aqui sozinho?
Sinto-me inquieto. Algo não está bem. Não sei se me sinto bem aqui. Talvez me sentisse melhor se estivesse onde estava antes...
Custa-me tanto lembrar onde estava antes...
E porque me vim embora?
Ah, morri! Sim, sim. Agora lembro-me: era vivo.
O meu corpo ficou lá. Já o vejo. Basta olhar através das nuvens, que estão por baixo da relva verde e fresca. Vejo-me deitado. A mão do meu corpo está ternamente pousada no ombro do meu amor, que dorme ao lado do meu corpo. Ainda não sabe que morri. Eu já sei. Tenho a certeza.
E este lugar deve ser o céu de que tanto ouvi falar e fantasiar, mas nunca quis crer. Ou o inferno. Vai depender dos dias.
Seja como for, vou ficar aqui para a eternidade...
Acho que me vou sentar nesta pedra e espero aqui..."

Despeço-me com amizade. Até breve!

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